02 outubro, 2010

A revolução Francesa - Modulo 7

A Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão

Este documento que tornou-se um clássico para as democracias do mundo contemporâneo, aprovado, pela Assembleia Constituinte, no inicio da Revolução Francesa. Os seus princípios tinham como base a liberdade e igualdade perante a lei, a defesa inalienável à propriedade privada e o direito de resistência à opressão.
Eis aqui os artigos importantes para Homem e para o Cidadão:


Assembleia Constituinte



Art.1.º Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.

Art. 2.º A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão.

Art. 3.º O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhum corpo, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.

Art. 4.º A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo: assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.

Art. 5.º A lei não proíbe senão as acções nocivas à sociedade. Tudo que não é vedado pela lei não pode ser obstada e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.

Art. 6.º A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, pessoalmente ou através de mandatários, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir. Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos.

Art. 7.º Ninguém pode ser acusado, preso ou detido senão nos casos determinados pela lei e de acordo com as formas por esta prescrita. Os que solicitam, expedem, executam ou mandam executar ordens arbitrárias devem ser punidos; mas qualquer cidadão convocado ou detido em virtude da lei deve obedecer imediatamente, caso contrário torna-se culpado de resistência.

Art. 8.º A lei apenas deve estabelecer penas estritas e evidentemente necessárias e ninguém pode ser punido senão por força de uma lei estabelecida e promulgada antes do delito e legalmente aplicada.

Art. 9.º Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se se julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa deverá ser severamente reprimido pela lei.

Art. 10.º Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, incluindo opiniões religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida pela lei.

Art. 11.º A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos previstos na lei.

Art. 12.º A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força pública; esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade particular daqueles a quem é confiada.

Art. 13.º Para a manutenção da força pública e para as despesas de administração é indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades.

Art. 14.º Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente, de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a colecta, a cobrança e a duração.

Art. 15.º A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração.

Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.

Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o exigir e sob condição de justa e prévia indemnização.




Revolução Francesa Inspirada na Revolução Americana (1776) e nas ideias filosóficas do Iluminismo, a Assembleia Nacional Constituinte da França revolucionária aprovou em 26 de Agosto de 1789 e votou definitivamente a 2 de Outubro a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, sintetizando em dezassete artigos e uma introdução de ideais libertárias e liberais da primeira fase da Revolução Francesa. Pela primeira vez são proclamados as liberdades e os direitos fundamentais do Homem de forma universal, visando abarcar toda a humanidade.


A Revolução Francesa

A Revolução Francesa é considerada o mais importante acontecimento da história contemporânea. Inspirada pelas idéias iluministas, a sublevação de lema "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" ecoou em todo mundo, pondo abaixo regimes absolutistas e ascendendo os valores burgueses.

A França pré-revolucionária

A sociedade francesa anteriormente à revolução era uma sociedade moldada no Antigo Regime. Ou seja, politicamente o Estado era Absolutista (Absolutismo Monárquico), na área social predominavam as relações de servidão uma vez que a maioria da população francesa era camponesa.
Em torno de 250 milhões de pessoas viviam em condições miseráveis nos campos franceses, pagando altíssimos impostos a uma elite aristocrática que usufruía do luxo e da riqueza geradas pelo trabalho dos camponeses, ou feudos, dos nobres.

Nas áreas urbanas a sua população, era composta na sua maioria por baixos salarios, desempregados e também arcava com pesadíssimos impostos e com um custo de vida cada vez mais elevado.

Já as elites, compostas por um alto clero, uma alta nobreza e, claro, a Família Real – a realeza francesa: Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta, filhos e demais parentes – vivam em palácios luxuosos – como o monumental Palácio de Versalhes, localizado nos arredores de Paris e que era a residência de veraneio da Família Real e da elite – não pagavam impostos, promoviam banquetes – às custas do dinheiro público.

Luis XVI


Maria Antonieta e filhos


Vídio sobre a Os Artigos
Vidio sobre a Revolução Francesa

10 junho, 2010

Arte Barroca

Arquitectura

O Barroco, não sendo um estilo, foi um espelho das convulsões do seu tempo. Manteve as estruturas existentes, usando uma nova gramática decorativa, com o principal objectivo de seduzir através dos sentimentos.
As formas de arte destinavam-se a uma dupla função: fascinar pelos sentidos e veio transmitir uma mensagem ideológica.

A arte barroca tinha também o objectivo de se dirigir ao maior número de pessoas, essencialmente ao grande público, tentando persuadir estimulando as emoções através do movimento curvilíneo, real ou aparente, pela assimetria, por jogos de luz e sombra, por um aspecto teatral, do fantástico; ou seja pelo aspecto cenográfico.
O Barroco também teve em atenção outra perspectiva: a crença cega no misticismo, na afectividade, na emoção e na minimização da racionalidade, aprisionando os crentes através dos sentidos.

Os artistas usaram as ordens clássico-renascentistas — jónica, coríntia, compósita e colossal — às quais foi acrescentada a coluna torça, mais decorativa, de acordo com a linguagem barroca.
Desta maneira, a arquitectura barroca pode ser definida pela libertação espacial, pelo fim da estabilidade e simetria, pela busca da fantasia e do movimento pela antítese entre os espaços interiores e exteriores. Foram conseguidas pela aliança com a pintura, a escultura, a jardinagem e os jogos de água. Efeitos perspectivas e ilusórios ao nível das plantas, dos tectos, das cúpulas, através da decoração, a combinação e abundância de linhas opostas umas às outras reforçaram o efeito cénico da arquitectura.

As plantas das igrejas barrocas, como consequência desta nova liberdade, tinham uma grande diversidade de formas, como formas geométricas curvas, elípticas e ovais, irregulares, como trapezoidais, estreladas, ou integradas ou combinadas umas com as outras. Contudo, preferiram-se igrejas de nave única, apresentadas segundo duas tipologias: as rectangulares, e as eliptico-transversais e eliptico-longitudinais.

As paredes, de modo a adequarem-se aos desenhos sinuosos das plantas, alternavam entre côncavas e convexas, formando paredes ondulantes. Interiormente, estavam cobertas por estuques, retábulos em talha dourada, criando a ilusão de um espaço maior, através da ligação do tecto e da parede.

As fachadas, inicialmente, seguiram o esquema renascentista e maneirista, rematadas por um grande frontão, que acentuava a verticalidade. Mais tarde, optou-se por fachadas mais caprichosas, que atraiam ainda mais as populações. Foram divididas em andares, com formas onduladas — côncavas e convexas — irregulares, contribuindo para jogos de luz e sombra.


A arte do jardim, redescoberta no Renascimento, foi desenvolvida e enriquecida com bosques, grutas artificiais, pavilhões e labirintos, servindo como espaços de ostentação do luxo.
O jardim tinha uma fisionomia muito geometrizaste, sendo organizado segundo um eixo que está no prolongamento do eixo central do palácio, sendo posteriormente subdividido simetricamente. Este tipo de jardim, por ser típico em França, passou a ser designado jardim à francesa.


Escultura

A escultura teve grande proliferação principalmente devido à adaptabilidade, desde espaços interiores a exteriores e pelas suas capacidades plásticas. Foi a forma de arte que, por excelência, permitiu concretizar os grandes objectivos do Barroco: comunicação instintiva e intuitiva das mensagens pelas emoções e pelos sentimentos.

Estes objectivos estavam bem claros na intenção dos grandes encomendados da época: a igreja, com o objectivo de transmitir a fé e os dogmas; os monarcas, interessados na manifestação pública do seu poder e força e na divulgação da ordem ideológica que os fundamenta; e as famílias ricas, principalmente burguesas, que queriam manifestar a sua independência e gosto pelo quotidiano.

A expressão técnico-formal da escultura barroca define-se:



• Pelo rigor da execução técnica;
• Pelo realismo formal e pelo naturalismo;
• Pela perfeição das formas;
• Pela exploração das capacidades expressivas;
• Pela preferência da representação de posições em movimento;
• Pela utilização de panejamentos volumosos, agitados, descompostos;
• Pelas composições livres e soltas organizadas segundo esquemas complexos;

Assim, o espaço para a obra era também definido pelo escultor, que por vezes o reconstruía e organizava para valorizar a leitura da peça, como se de um cenário se tratasse. Contudo, ao contrário da escultura renascentista, a escultura barroca era para ser vista, no máximo, de dois pontos de vista.

A escultura barroca dividiu-se em dois tipos: a escultura monumental, que servia de complemento à arquitectura, enquadrando-se nos cenários criados por essa e a escultura independente, com carácter alegórico, honorífico ou comemorativo.


Pintura

A composição da pintura móvel constituía-se com:
• Representação do momento;
• Abertura formal, onde o espaço compositivo se define em movimentos e impulsos centrífugos;
• Sobreposição de formas para valorização da profundidade;
• Linha do horizonte delineada abaixo do normal;
• União plástica da luz/sombra e cor;
• Luz rasante;
• Cor pura e cálida.

07 junho, 2010

Estilo Rococó



Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco, mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente em decoração de interiores.
Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da arquitectura disseminou-se para todas as artes. Vigoroso até o advento da reacção neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na parte católica da Alemanha, na Prússia e em Portugal.

Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida cortesã e da mitologia, pastorais, alusões ao teatro italiano da época, motivos religiosos e farta estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos e molduras.

O termo deriva do francês rocaille, que significa "embrechado", técnica de incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizadas originariamente na decoração de grutas artificiais.

Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV e Luís XVI.


Características do Rococó:

Uso abundante de formas curvas e pela profusão de elementos decorativos, tais como conchas, laços e flores.
Possui leveza, carácter intimista, elegância, alegria, bizarra, frivolidade e exuberante.



Arquitectura Rococó

Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal corrente da arte e da arquitectura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre Lepautre, o rococó era a princípio apenas um novo estilo decorativo.




Principais características:

Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa inundou os interiores por meio de numerosas janelas e o relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas suaves.
A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno foi unificado, com maior graça e intimidade.





Escultura Rococó

Na escultura e na pintura da Europa oriental e central, ao contrário do que ocorreu na arquitectura, não é possível traçar uma clara linha divisória entre o barroco e o rococó, quer cronológica, quer estilisticamente.

Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição dentro da arquitectura que se manifesta o espírito rococó. Os grandes grupos coordenados dão lugar a figuras isoladas, cada uma com existência própria e individual, que dessa maneira contribuem para o equilíbrio geral da decoração interior das igrejas.


Substituiu-se os volumes que indicam o vigor e a energia barroca por linhas suaves e graciosas. A escultura, geralmente procura retratar as pessoas mais importantes da época. são famosas, por exemplo, as esculturas que Jean Antonie Houdon fez retratando Voltaire, Diderot, Rousseau e outros tantos personagens da história francesa e universal.



Pintura Rococó


Durante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às artes decorativas e teve pequeno impacto na escultura e pintura francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o predomínio político e cultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as primeiras pinturas rococó sob influência da técnica de Rubens.

Do ponto de vista técnico também ocorrem transformações na pintura. Desaparecem os contrastes radicais de claro-escuro e passam a predominar as tonalidades claras e luminosas. a técnica do pastel passa a ser bastante utilizada. Dentre os pintores desse períodos melhores são Watteau e Chardin.

23 maio, 2010

Trabalho do modulo 6

Rococó

Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal corrente da arte e da arquitectura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre Lepautre, o rococó era a princípio apenas um novo estilo decorativo. O rococó é um movimento artístico europeu, que aparece primeiramente na França, entre o barroco e o neoclassicismo.


Arquitectura

A arquitectura foi marcada pela sensibilidade, percebida na distribuição dos ambientes interiores, destinados a valorizar um modo de vida individual e caprichoso.
Os princípios gerais da arquitectura Rococó são a diferenciação dos edifícios, de acordo com a sua função, ou seja, se for um edifício religioso, tem elementos decorativos religiosos, e por aí fora; o traçado exterior simples, mas acrescentam o conceito de espaço interior, ou seja deve apresentar conforto, uma certa intimidade; a utilização de elementos decorativos barrocos e elementos novos, tais como conchas, algas marinhas e rocalhos (imitação de rochas); a utilização de matérias fingidos, tais como o falso mármore, madeira e estuques pintados, ou seja, era o fictício a tornar-se realidade.

Na arquitectura civil, os exteriores continham fachadas alinhadas e alisadas (eliminação de elementos decorativos, tais como colunas, frontões, etc...); as portas e janelas são de maior dimensão, utilizando arcos de volta perfeita ou achatados; a decoração exterior concentra-se nas portas e janelas, nas consolas, nas arcadas, na alvenaria, nas ferragens e nos batentes; também se destaca o uso do ferro forjado.Nos interiores, o plano das habitações centra-se no salão principal; as outras divisões eram baixas, pequenas, independentes e arredondadas, eram fortemente iluminadas pelas portas e janelas e pelos inúmeros candeeiros; as cómodas, contadores e escrivaninhas, eram os móveis principais, utilizados como decoração. As paredes eram cobertas com tapeçaria, telas, frescos e relevos.Na arquitectura religiosa, predominava a decoração com conchas no exterior e uma decoração misturada com arquitectura, escultura e pintura.

Essa manifestação adquiriu importância principalmente no sul da Alemanha e na França. Suas principais características são uma exagerada tendência para a decoração carregada, tanto nas fachadas quanto nos interiores. As cúpulas das igrejas, menores que as das barrocas, multiplicam-se. As paredes ficam mais claras, com tons pastel e o branco. Guarnições douradas de ramos e flores, povoadas de anjinhos, contornam janelas ovais, servindo para quebrar a rigidez das paredes.

Os maiores representantes estilo rococó na arquitectura italiana é Guarino Guarini.
As obras mais importantes de Guarino Guarini são:
- A igreja de San Filippo
- A igreja dos Pais Somaschi
- Casa dos pais teatinos

Exemplos da arquitectura:
- Palácio de Biron;
- Palácio de Wurzburg;
- Palácio Belvedere;
- Palácio Amalienborg;
- Igreja de Peregrinação de Wies.

19 abril, 2010

A cultura do palacio - Modulo 5

O início do renascimento em Itália

Itália no Quattrocento.
No séc. XV, a Itália encontrava-se dividida em vários ducados, repúblicas e reinados rivais. Esta rivalidade trouxe uma grande oportunidade à arte, estimulando o seu desenvolvimento. A Itália foi o palco da emergência de um novo tipo de artistas e intelectuais, disputados pelos burgueses mais ricos.
Esta caracterizou-se pelo seguimento da linha naturalista já introduzida no Trecento, de reminiscência greco-romana. O intenso estudo perspéctico foi o que mais marcou as obras, apesar de ter havido outras renovações estéticas. O renascimento foi a transição mais revolucionária desde o início da idade média. Os primeiros passos na direcção da renovação apareceram logo no séc. XIV com Dante e Petrarca, em suas obras.
Um novo homem e um novo mundo
Toda a reformação que se inicio na Itália desliga de uma renovação nas ideias. Apesar de, para o homem renascentista, deus continua a ser o criador do homem. Este novo sentido deu liberdade ao renascentista, que vai considerar e valorizar a obra humana. Para unir esta visão objectiva do mundo, o homem serviu-se de instrumentos de rigor, como a pintura a óleo e a perspectiva linear.
Artistas do Renascimento e Maneirismo

Bramante, arquitecto genial, procurou a perfeição nas suas obras, que são um reflexo do seu espírito inquieto e inovador. As suas principais obras foram o Tempietto de San Pietro in Montorio e a Basílica de S.Pedro do Vaticano,

Leonardo da Vinci, caso paradigmático do homem renascentista e humanista, revelou capacidades invulgares em várias áreas como a pintura, a escultura, arquitectura, matemática, física..., o que o impulsionou para o desenvolvimento de todas estas áreas. Duas de suas obras, a
Mona Lisa e A Última Ceia

Rafael, exímio pintor, seguiu a linha de da Vinci, perfeccionando a técnica do sfumatto. A sua noção do passado greco-romano reflecte a sua intelectualidade com obras como A Ninfa Galatea.

Miguel Ângelo, homem polivalente como principais obras, David e o tecto da Capela Sistina.

A difusão do renascimento na Europa

O renascimento começou a difundir-se pela Europa por volta do séc. XVI, quando em Itália já se desenvolvia o Maneirismo e o Barroco.
O renascimento inicia a sua expansão europeia com Albrecht Dürer. Aprendeu o método científico da perspectiva, cálculo das proporções do corpo e desenho anatómico e assimilou o pensamento artístico clássico. Desenvolveu uma considerável obra teórica e prática.
Outro artista que divulgou o renascimento pela Europa foi Hans Holbein, artista que dividiu a sua actividade entre a Basileia. Nos Países Baixos, Hieronymus Bosch foi quem divulgou a linha renascentista.


O Palácio: Habitações de elites

O renascimento apareceu na Itália devido: numerosos vestígios da cultura greco-romano, rivalidade das cidades italianas, uma burguesia rica que praticava o mecenato, vinda dos sábios de Constantinopla
o palácio, habitação das elites: No mundo urbano é a habitação dos pobres, eclesiásticos e burgueses. Planta quadrangular com 3 a 4 pisos, ocupa um quarteirão. É feito de pedra por vezes aparelhada em grossas almofadas, apresenta um aspecto compacto, fechado e maciço. No interior possuem lógias - são símbolo da forma de vida dos seus proprietários. Alguns, como Lourenço de Médicis, organizavam tertúlias.

As artes do palácio: o mecenas

MecenatoO cumprimento dos objectivos e programação do Palácio, com recurso à captação de novas fontes de financiamento e ao desenvolvimento de parcerias institucionais e de relações com diversos agentes sociais, constitui uma preocupação fundamental deste Palácio. O Palácio está por isso naturalmente aberto ao estabelecimento de parcerias com a sociedade civil e o tecido empresarial, tendo em vista a recuperação do Edifício, dos Jardins e das Colecções e, também, no sentido da oferta de uma programação mais diversificada e divulgação cada vez mais abrangente das suas actividades.

O heliocentrismo é do Nicolau copérnico

Em astronomia, heliocentrismo é a teoria que o Sol está imóvel no centro do universo. Historicamente, o heliocentrismo era oposto ao geocentrismo, que colocava a Terra no centro. Apesar das discussões da possibilidade do heliocentrismo datarem da antiguidade clássica, somente 1.800 anos mais tarde, no século XVI, que o matemático e astrónomo bolonhês
Nicolaus Copernicus apresentou um modelo matemático preditivo completo de um sistema heliocêntrico, que mais tarde foi elaborado e expandido por Johannes Kepler.

As principais partes da teoria de Copérnico são:

- Os movimentos dos astros são uniformes, eternos, circulares ou uma composição de vários círculos (epiciclos).
- O centro do universo é perto do Sol.
- Perto do Sol, em ordem, estão Mercúrio, Vénus, Terra, Lua, Marte, Júpiter, Saturno, e as estrelas fixas.
-A Terra tem três movimentos: rotação diária, volta anual, e inclinação anual de seu eixo.
- O movimento retrógrado dos planetas é explicado pelo movimento da Terra.
- A distância da Terra ao Sol é pequena se comparada à distância às estrelas.

A pintura renascentista

Os pintores flamengos descobriram uma forma de representar o espaço e situar as figuras usando um método científico e rigoroso. O primeiro artista a introduzir este método na pintura foi Masaccio. Revolucionando esta forma de expressão, este artista baseou-se no trabalho de Giotto.

Elementos Técnicos:
- Perspectiva rigorosa e científica
- Pintura a óleo
- Utilização de novos pigmentos aglutinantes
- Novos suportes como a
tela e o cavalete

Elementos formais:
- Inclusão nas obras de
cenários arquitectónicos;
- Grande naturalidade e realismo
anatómicos.

Elementos estéticos:

- Equilíbrio e a harmonia representados com esquemas geométricos, como o esquema em pirâmide, de forma a transmitirem uma maior harmonia;
- Realismo representação da realidade tal como a observam, valorização da personalidade retratada.
- Perspectiva como a projecção em uma superfície bidimensional de um determinado fenómeno tridimensional. Para ser representada na forma de um desenho devem ser aplicados mecanismos gráficos estudados pela Geometria descritiva, os quais permitem uma reprodução precisa ou analítica da realidade tridimensional. Os povos gregos já possuíam alguma noção do fenómeno perspectiva, denominando-o como "escorço". Foi durante o período do Renascimento que a perspectiva foi profundamente estudada e desvendada, abrindo o caminho para o seu estudo matemático através da Geometria Descritiva, que a organizou.


O que é Perspectiva

É a forma encontrada pelo homem para representar figuras tridimensionais em uma superfície plana. Ao olhamos para um objecto, estamos determinando um ponto de vista. Portanto, ponto de vista (PV) é o ponto onde se supõe estar o olho do observador. Outro elemento importante na perspectiva é o ponto de fuga (PF). Quando uma figura é representada de forma que todas as suas linhas paralelas, excepto as horizontais. A perspectiva pode ser: Central, Lateral e angular.
Arquitectura Renascentista
Foi produzida durante o período do Renascimento europeu. Caracteriza-se por ser um momento de ruptura na História da Arquitectura em diversas esferas: nos meios de produção da arquitectura; na linguagem arquitectónica adoptada e na sua teorização. Caracteriza-se por uma nova atitude dos arquitectos em relação à sua arte, passando a assumirem-se cada vez mais como profissionais independentes, portadores de um estilo pessoal.

A escultura renascentista

Na escultura, foi Donatello que introduziu a linha renascentista, voltando a libertar a figura da rigidez estática imposta pela época medieval.

Principais características:
- Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade
- Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade
- Profundidade e perspectiva
- Estudo do corpo e do carácter humano

Maneirismo

O período do maneirismo iniciou-se por volta de 1520. Foi caracterizado por algumas mudanças no campo do visível na arte, mas com grandes alterações no pensamento.
A Europa encontrava-se desagregada e a igreja dividida: na Europa verificava-se uma grande instabilidade política e guerras e a igreja tinha sofrido uma quebra ideológica que se reflectiu no movimento da Reforma.
Esta nova realidade artística ofereceu o aprofundamento das possibilidades técnicas e plásticas.
A figura que inaugurou o maneirismo foi Miguel Ângelo, já no fim da sua carreira.
O maneirismo também foi marcado por um grande desenvolvimento na tratadística. Ainda ancorada em Vitrúvio, desenvolveu os aspectos formais e ajudou a difundir esses modelos pela Europa. Mais tarde, o maneirismo de uma forma pejorativa, designando-a de “arte afectada”, cheia de artificialidades, afastada do equilíbrio e racionalismo humanistas. O maneirismo acabou por ser uma busca por maior expressividade formal e plástica, com a introdução do estilo mais pessoal, individual, criando novas hipóteses artísticas.


Renascimento em Portugal

O Renascimento em Portugal estendeu-se até meados do século XV a finais do século XVI. O Renascimento em Portugal nasce principalmente em termos artísticos da mistura do estilo gótico final com as inovações do século XV.
O Mestre de Avis marca o inicio da uma nova época em Portugal. Novas Perspectivada evolução social, económica, politica e cultural estavam em curso e marcaram o inicio de um novo período Histórico, cultural e artístico que caracteriza o Renascimento em Portugal.
A Descoberta de novos mundos e o contacto com novas civilizações levaram a uma miscigenação cultural que se reflectiria na arte. O contacto com as civilizações de África e do Oriente levou á importação de objectos: cerâmica; têxteis; mobiliária; marfim ou seda. Levou ao surgimento de novas formas artísticas resultantes dos intercâmbios Culturais entre a Europa, a África e o Oriente, através dos portugueses.

Os descobrimentos representaram um papel do Portugal renascentista. A base da economia portuguesa agrícola (extracção de sal, pesca); nas actividades que favoreciam as exportações era: Vinho; azeite; fruta; mel; sal; cortiça; ouro; malagueta; marfim e mais tarde as especiarias orientais; pérolas; sedas.
A intensificação do comércio levou ao aparecimento de uma nova classe – a Burguesia comercial – possuidora de uma avultada soma de capitais e a qual viria a desempenhar um importante papel no Ultramar e na Europa, concorrendo ao lado dos mercadores estrangeiros.
O renascimento português caracteriza-se por um cosmopolitismo com duas vertentes. Cada vez mais portugueses frequentavam os grandes centros universitários Europeus. Graças aos estudos dos portugueses nas universidades estrangeiras, a fisionomia das escolas, e, consequentemente, a cultura da nação portuguesa, foi-se alterando, influenciando fortemente as universidades de Coimbra, Lisboa e Évora

A própria Arte (Escultura, pintura, arquitectura, iluminura, ourivesaria, porcelanas, mobiliária, tapeçarias) reflectindo estes contactos através do mar, da náutica, dos povos, da fauna e da flora exóticas. A arquitectura desta época assume um cunho muito nacional: o manuelino. Os antecedentes da arquitectura dita manuelina remontam ao movimento da renovação que ocorre no país desde o inicio da expansão primeiro no Norte de África e depois para o Atlântico Central e Sul.
O aparecimento de u ma nova literatura e o aperfeiçoamento da ciência náutica, para alem da própria experiencia de vida dos portuguesa, no que respeita á epopeia dos descobrimentos, constitui um dos pilares sócio - culturais do renascimento português. Portugal acaba por influenciar através das suas publicações, toda a Europa recebe a influencia do humanismo patente nestes centros, dando origem a uma atitude critica com base na experiencia.
Toda a sociedade é atraída pela expansão ultramarina que contribuem para a constante aprendizagem e evolução do pensamento nacional, importando livros e objectos de arte que influencia uma nova mentalidade: a do Homem renascentista ou Humanista.

O Maneirismo
português começou em meados do séc. XVI até ao início do séc. XVIII.
O Maneirismo foi um estilo e um movimento artístico europeu de retoma de certas expressões da cultura. O Maneirismo português percorreu três etapas fundamentais de evolução que são:
Inicial - onde são absorvidos os modelos de influência italiana;
Desenvolvimento do modo de trabalhar à maniera italiana;
Necessidade de um discurso coerente,
Organizado e activo defensor dos valores da Contra-Reforma. A clientela maneirista era constituída pelo monarca, pela nobreza clerical ou leiga, pelos municípios e pelas misericórdias.

14 março, 2010

A arte Gotica - Modulo 4


A formação do estilo gótico


O termo “gótico” surgiu no renascimento italiano para designar, pejorativamente, a arte medieval entre os sécs. XII e XIV; o termo, aplicado por alguns artistas renascentistas, referia-se à arte com origem nos Godos (povo bárbaro), associando assim estas obras à barbárie. Contudo, ao contrário do pensado no renascimento, o gótico foi uma revolução artística de magnitude impressionante, coincidindo com revoluções a nível social, económico e religioso que são, no fundo, os seus princípios.
O gótico nasceu na Île-de-France pelas mãos do abade Suger, com a edificação da Abadia de Saint-Denis, a partir de 1122. Foi a partir daí que Suger traçou o modelo da arquitectura gótica, fundando os seus planos nos escritos místicos de Saint-Denis. Segundo o abade, “a casa de deus devia ser um local em que pudéssemos ser transportados misticamente deste mundo inferior àquele mundo superior”. Este pensamento serviu de base à arquitectura gótica.
A partir do séc. XII, o Gótico manifestou-se, inicial e essencialmente, através da construção de catedrais. Estes edifícios, face à igreja românica tradicional, ganhavam o espírito urbano e autonomia relativamente ao poder do rei, o que resultou numa acentuada alteração formal. A um nível mais geral, este estilo foi influenciado pela tendência da sociedade para a laicização, que se revela, por exemplo, na representação do divino — o Cristo-Rei e Pantocrator é substituído pelo Cristo-Salvador do homem — e numa nova concepção do homem, do mundo e de Deus. O estilo gótico foi dinamizado principalmente por dois aspectos: o crescimento do comércio e o ressurgimento das cidades, ambos consequência do estabelecimento de redes comerciais entre o Oriente e a Europa. Com o declínio do sistema feudal, a vida comercial e urbana começou a ganhar protagonismo, dando origem a uma nova classe social: a burguesia (apesar deste êxodo rural, a Europa continuou um continente essencialmente agrário e aristocrático). Esta classe social foi uma grande impulsionadora da arte, visto que rapidamente ganhou importância económica podendo subsidiar os artistas.
Paralelamente ao crescimento das cidades, os mosteiros perderam o seu papel no desenvolvimento económico e cultural. As urbes tomaram o protagonismo no primeiro aspecto, enquanto as universidades o fizeram no segundo. Estes factores indiciam o aspecto mais fundamental da arte gótica: o seu carácter urbano.

A racionalização da fé e o seu impacto na arte

O gótico foi essencialmente formado pela intervenção de duas ordens religiosas: a de Cister, que abnegava as curvas, as formas escultóricas, a cor, em prol da pureza da forma (linha recta), e a de Cluny, que via a igreja como uma forma do homem transcender a sua existência terrena, materializando-a sob a forma de um edifício sublime, magnânimo e resplandecente.
Contudo, apesar destas duas ordens reimpulsionarem o Cristianismo, este começou a perder valor para a sociedade, principalmente devido à perda de influência dos mosteiros. Uma nova concepção do homem, do mundo e de Deus e a convergência para a cidade levaram a sociedade a conhecer outras formas de viver que não a ditada pela igreja. Assim, o ensino deixa de ser exclusivo dos mosteiros, ganhando um carácter laico, introduzem-se novas temáticas de estudo desligadas da religião, como, por exemplo, o pensamento aristotélico, e as universidades começam a ganhar a influência. Estes factores de afastamento da igreja vão fazer com que esta tente acompanhar o ritmo da época, introduzindo a escolástica como redinamizador da religião. Surgida como resposta da igreja, a escolástica consistia na especulação teológica e filosófica guiada pelo pensamento aristotélico que conduzia à indagação e à sistematização das verdades reveladas. O seu princípio era, portanto, o de conciliar a fé e a razão. Este esforço teve o seu expoente máximo em S. Tomás de Aquino, na obra Summa Theologica, que consiste na sistematização de todo o pensamento cristão desde as suas origens para tentar criar uma doutrina lógica e coerente que suportasse o pensamento religioso. Este novo guia de estudo introduzido pela igreja vai ter um enorme impacto formal na constituição da arte gótica. A catedral, resultado de uma organização hierárquica de partes relacionadas entre si e num equilíbrio de forças, corresponde à materialização da obra de S. Tomás. Nota-se, portanto, uma aproximação entre o racionalismo clássico e a fé cristã.

A arquitectura gótica

A catedral


No período gótico, a catedral foi a tipologia mais comum. Tal como no românico, a igreja gótica funcionava como um microcosmos, reflectindo o universo religioso em que se inscrevia. Contudo, no gótico há uma aproximação ao homem, o que está patente nas esculturas, e surge o vitral (que substitui o fresco da igreja românica), que desmaterializa a arquitectura, convertendo-a num espaço mágico.
A nível formal, verifica-se, relativamente à igreja românica, o elevar das naves e o alívio das paredes de pedra, o que permite a inclusão de enormes vitrais policromáticos característicos destes edifícios. Este alívio é conseguido através do uso de estruturas e técnicas novas, como o arcobotante/contraforte, o arco quebrado, as abóbadas de cruzaria... A evolução dos sistemas e técnicas construtivos também se deve à rivalidade existente entre as cidades, que impulsionou a imaginação dos arquitectos góticos.
Os novos sistemas e técnicas construtivas são os principais factores da flexibilidade da arquitectura gótica. São eles o arco quebrado, formado por dois segmentos de círculo que se intersectam (conseguindo que as cargas exercidas sejam menores), a abóbada de cruzaria, constituída por dois arcos quebrados que se cruzam na diagonal, funcionando como um esqueleto, o arcobotante, arco que transmite o impulso da abóbada para o exterior e o contraforte, que transmite as forças do arcobotante para o chão.
Ao nível da planimetria, a catedral tem uma disposição longitudinal, com uma grande cabeceira com charola e capelas radiais, mantendo, no resto, mais ou menos a estrutura da igreja românica. Ao nível da fachada, apresenta um grande portal alinhado com uma rosácea e ladeados por duas altas torres.
A arquitectura gótica atingiu o seu expoente na catedral de Sainte-Chapelle de Paris, em que a luz atinge uma expressão de carácter metafísico.

A cidade gótica

Apesar da construção mais característica do período gótico ter sido a catedral, houve espaço para o desenvolvimento de novas tipologias arquitectónicas, fruto do desenvolvimento de uma sociedade cada vez mais urbana, organizada e com mais preocupações laicas. Relativamente às cidades, estas começaram a crescer; contudo, devido à insegurança característica da baixa idade média, começou-se a proceder à construção de muralhas que ladeassem as urbes — concedendo-lhes protecção e meio de cobrar impostos. O crescimento também obrigou à constituição de novos edifícios civis.
Podem distinguir-se dois tipos de cidade medieval: as que cresceram organicamente, resultado da topografia ou da presença de edifícios importantes, e as que eram planeadas já de início. As últimas, construídas com propósitos económicos ou militares, obedeciam a traçados regulares. A necessidade de organização levou à constituição de várias tipologias como o mercado, a câmara municipal, através das quais se orientavam os outros edifícios. A catedral também ocupava, nestas cidades, um local central. Estes edifícios centralizados foram o berço de espaços de índole lúdica, como praças, e a partir dos quais se realizavam cerimónias, comemorações ou mesmo actividades económicas como o artesanato e o comércio. Esta vitalidade urbana é própria do período gótico: o surgimento de música entre as classes populares, dos jograis e dos trovadores, as festividades nos dias de feriado.. são os impulsionadores da revitalização urbana. Nestas cidades também se verifica a existência de edifícios totalmente direccionados para mostrar o poder económico, político, social, como é o caso de alguns palácios.
Apesar de todas as alterações nas cidades, a religião continuava a ser uma preocupação maior. Assim, deve entender-se a cidade gótica como a manifestação de uma forte devoção religiosa. Contudo, os edifícios civis limitaram-se a seguir o esquema arquitectónico introduzido pelas catedrais, não tendo, portanto, nenhuma ligação com a igreja.
No séc. XIII surge a câmara municipal. Este edifício marcava o centro da cidade, tendo, normalmente, grandes praças à sua frente e torres de alturas que chegavam a competir com as catedrais, de maneira a transmitir a ideia de poder urbano.

O gótico internacional

Tendo começado em França, o gótico alastrou por toda a Europa ao longo do séc. XIV. O gótico internacional, conjunto das variações regionais do gótico, dividiu-se em quatro fases: o gótico primitivo, o gótico clássico, o gótico radiante e o gótico flamejante.
O gótico primitivo foi a derivação desenvolvida na Île-de-France durante a segunda metade do séc. XII.
Foi neste período que se introduziu o sistema estrutural gótico e alguns elementos como a tribuna, o trifório e o coroamento por janelas altas.
O gótico clássico deu-se durante o fim do séc. XII e a primeira metade do séc. XIII. A nível geográfico, assinalou-se pelo alastramento a outras zonas de França. Neste período, assiste-se ao amadurecimento do sistema estrutural gótico, à redução do número de andares para três, à normalização do uso de abóbadas de cruzaria e arcobotantes.
O gótico radiante já constitui a fase de alastramento à Europa. Desenvolvido entre meados do séc. XIII até meados do séc. XIV, caracterizou-se pelo aparecimento de variantes locais e pelo aumento de decoração.
Finalmente, o gótico flamejante aconteceu entre meados do séc. XIV até aos inícios do séc. XVI.
Divulgado principalmente na França e na Alemanha, caracteriza-se por uma intensa decoração de motivos ondulantes, curvas e contracurvas. A decoração sobrepõe-se à estrutura, revestindo todo o edifício.
Em Inglaterra, devido à influência cisterciente, o gótico teve um desenvolvimento diferente.
Paralelamente ao gótico radiante, surgiu, nesse país, o decorated style, com características semelhantes ao primeiro, e o gótico perpendicular, caracterizado pela verticalidade excessiva.

A escultura gótica

Relativamente à escultura no período românico, a escultura gótica manteve várias das suas características, como por exemplo a relação simbiótica com a arquitectura. Contudo, com uma maior liberdade na representação, este aspecto referido vai-se diluir, soltando-a da arquitectura, dando-lhe uma nova vitalidade. A escultura ganha uma nova importância, o que se revela nos suportes usados e na própria atitude dos encomendadores face a esta expressão artística.
A nível formal, a escultura gótica recomeça a introduzir a monumentalidade, a expressividade e a aproximação ao real nas suas obras. Com a libertação da escultura do estereótipo imóvel e irrealista que havia ganho no românico, nota-se uma aproximação gradual à cultura naturalista; a libertação da arquitectura dá-lhe uma nova concepção mais plástica, dinâmica.
Durante o período gótico surgem novas “tipologias” de estátua: as estátuas colunas, que são suportes arquitectónicos esculpidos, e as estátuas jacentes; obra que representam realisticamente o morto sobre o qual estão colocadas sob a forma de jazigo.


A pintura gótica

A pintura gótica, seguindo as mesmas passadas que a escultura, vai-se aproximar mais da realidade, apesar de manter ainda forte as características de formas do românico.
A principal mudança na pintura vai-se dar através da relação desta com a arquitectura; o aparecimento de mais aberturas em detrimento das paredes maciças verificadas no românico obriga ao desenvolvimento da técnica do vitral em vez do mural. O vitral foi uma técnica amplamente divulgada por Suger, uma vez que constituía um poderoso veículo narrativo da fé cristã devido ao seu ímpeto visual.
A pintura gótica também se desenvolveu noutros sentidos. A expressão retabular volta a ganhar dimensão e a iluminura solta-se do seu contexto religioso para provir outros manuscritos de uma nova vitalidade.
O gótico também traz outra grande novidade nesta expressão: Cristo, ao contrário do verificado no românico, deixa de ser o homem sempre vivo, vestido, indolor, passando a ser o homem nu, sofredor e aceitador da morte. Verifica-se, portanto, a humanização do divino.

O gótico final

O período do gótico final foi marcado por uma miríade de acontecimentos. Na Itália, o florescimento da vida urbana causou uma grande rivalidade entre as cidades-estado. Ao nível da Igreja, houve uma grande crise, com a transferência da sede pontifícia para Avinhão. Ao nível da Europa em geral, um período de fome generalizada e doenças sistemáticas (como a peste negra) assolaram a população.
Contudo, essencialmente na Itália, surgiram cidades que atingiram grande prosperidade económica, o que se traduziu num desenvolvimento cultural e artístico notável. Neste contexto, o período gótico foi determinado por uma mudança plástica abrupta, com a contaminação da arte cristã pelo humanismo greco-romano, antevendo o que se iria passar no renascimento.
Giotto di Bondone, artista do séc. XIV, foi o reflexo destas alterações. Este pintor rompeu com a tradição medieval através da autenticidade com que reproduzia a realidade; o reconhecimento do realismo, da reprodução concreta, através da introdução da representação perspectiva das formas e dos espaços arquitectónicos, foram os factores que estiveram na origem desta revolução.

A pintura flamenga


A pintura flamenga tem características muito próximas do Trecento italiano. A aproximação ao real é uma das mais evidentes. Contudo, a realização efectiva foi conseguida na pintura flamenga com o tratamento do volume e da profundidade.
Enquanto no renascimento italiano se pesquisava sobre as técnicas de representação com bases científicas, o flamengo atingiu o primor dessa representação empiricamente, através de uma interiorização puramente captativa da imagem.
A arte flamenga viu o seu desenvolvimento acelerado devido à estabilidade económica e social da
Flandres. A prosperidade da burguesia nascida do sucesso económico foi um grande impulsionador da arte, uma vez que a posse de uma obra de arte era símbolo de poder e prestígio. Os artistas flamengos responderam eficazmente a estes requisitos, criando uma linguagem plástica capaz de representar a realidade com grande fidelidade.
O artista paradigmático do flamengo foi Jan van Eyck. Este artista representa exactamente as características da pintura flamenga: dá volume às figuras e às formas que representa através do jogo de luz/ sombra, detalha imensamente a obra com pormenores e minúcia extrema e usa um jogo de gradações bastante eficaz, fornecido por uma técnica que surgiu, na Europa, pelas suas mãos: a pintura a óleo.

02 março, 2010

Estilo Gótico - Modulo 4

O gótico designa uma fase da história da arte ocidental, identificável por características muito próprias de contexto social, político e religioso em conjugação com valores estéticos e filosóficos e que surge como resposta à austeridade do estilo românico.Este movimento cultural e artístico desenvolve-se durante a Idade Média, no contexto do Renascimento do Século XII e prolonga-se até ao advento do Renascimento Italiano em Florença, quando a inspiração clássica quebra a linguagem artística até então difundida.Os primeiros passos são dados a meados do século XII em França no campo da arquitectura e, acabando por abranger outras disciplinas estéticas, estende-se pela Europa até ao início do século XVI, já não apresentando então uma uniformidade geográfica.A arquitectura, em comunhão com a religião, vai formar o eixo de maior relevo deste movimento e vai cunhar profundamente todo o desenvolvimento estético.

15 fevereiro, 2010

Maneirismo - Modulo 4

Maneirismo foi um estilo e um movimento artístico europeu de retoma de certas expressões da cultura medieval que, aproximadamente os anos de entre 1515 e 1610, constituíram manifestação contra os valores clássicos prestigiados pelo humanismo renascentista.
Caracterizou-se pela concentração na maneira.
O estilo levou à procura de efeitos bizarros que já apontam para a arte moderna, como o alongamento das figuras humanas e os pontos de vista inusitados.
As primeiras manifestações anti clássicas dentro do espírito clássico renascentista costumam ser chamadas de maneiristas. O termo surge da expressão a maniera de, usada para se referir a artistas que faziam questão de imprimir certas marcas individuais em suas obras.


Paralelamente ao renascimento clássico, desenvolve-se em Roma, do ano de 1520 até por volta de 1610, afastado conscientemente do modelo da antiguidade clássica. Uma evidente tendência para a estilização exagerada e um capricho nos detalhes começa a ser sua marca, extrapolando assim as rígidas linhas dos cânones clássicos.
O maneirismo é uma consequência de um renascimento clássico que entra em decadência ou transição do renascimento ao barroco.
As principais fontes de inspiração foi o espírito religioso reinante na Europa.
Os elementos do renascimento criam uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas, que são a marca inconfundível do estilo maneirista. Mais tarde esta arte acabaria cultivada em todas as grandes cidades europeias.

Arquitectura:

A arquitectura maneirista dá prioridade às construções de igrejas de plano longitudinal, com espaços mais longos do que largos, com a cúpula principal sobre o transepto, deixando de lado as de plano centralizado, típicas do renascimento clássico. Distribuição da luz e na decoração.
Genericamente, a arquitectura do exterior apresenta sobriedade, contrapondo-se a um interior extravagante decorado com azulejos, talha dourada em escultóricos altares, no caso das igrejas, nos palácios por baixelas, faianças porcelanas e mobiliário.
Nos ricos palácios e casas de campo:

- Formas convexas que permitem o contraste entre luz e sombra prevalecem sobre o quadrado disciplinado do renascimento.
- A decoração de interiores ricamente adornada e os afrescos das abóbadas coroam esse caprichoso e refinado estilo, que, mais do que marcar a transição entre duas épocas, expressa a necessidade de renovação.
Nas igrejas:

-.Guirlandas de frutas e flores, balaustradas povoadas de figuras caprichosas são a decoração mais característica desse estilo.
-Caracóis, conchas e volutas cobrem muros e altares, lembrando uma exuberante selva de pedra que confunde a vista.
Pintura:

-É na pintura que o espírito maneirista se manifesta em primeiro lugar. São os pintores da
segunda década do século XV que, afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo, procurando deformar uma realidade que já não os satisfaz e tentando revalorizar a arte pela própria arte.

Estilo Manuelino - Modulo 4


•O Estilo manuelino, por vezes também chamado de gótico português tardio ou flamejante, é um estilo arquitectónico, e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II. É uma variação portuguesa do Gótico final, marcada por uma sistematização de motivos iconográficos próprios, de grande porte, simbolizando o poder régio. Incorporou, mais tarde, ornamentações do Renascimento italiano. O termo "Manuelino" foi criado por Francisco Adolfo Varnhagen. O Estilo desenvolveu-se numa época propícia da economia portuguesa e deixou marcas em todo o território nacional.


Arquitectura:


Ausência de transepto e cabeceiras rectangulares são as principais características diferenciais. Apesar de ser essencialmente ornamental, o Manuelino caracteriza-se também pela aplicação de determinadas fórmulas técnicas da altura.
Na componente civil destacam-se os palácios, como o Paço de D. Manuel, em Évora, e solares rurais, como o Solar de Sempre Noiva, em Arraiolos, todos de planta rectangular. E na tipologia militar é referência maior o baluarte do Restelo, a Torre de Belém. Um dos primeiros baluartes de artilharia do país, a quebrar a tradição das torres de menagem, a sua planta rectangular sobrepõe-se a uma base poliédrica, que penetram Tejo adentro. A rectangularidade da planta opõe-se à curvilínea da decoração esculpida.


Escultura:

•A escultura que o manuelino revela o seu maior amadurecimento e hegemonia, sendo que é através da simbologia decoração esculpida que é reconhecido como estilo próprio nacional, e não uma aliteração de outros estilos europeus.
•O estilo Manuelino não mascara a estrutura dos edifícios ao mantê-los livres de ornamentação desnecessária: as paredes exteriores ou interiores são geralmente nuas, concentrando-se a decoração em determinados elementos estruturais, como janelas, portais, arcos de triunfo, tectos, abóbadas, pilares e colunas, arcos, nervuras, frisos, cornijas, óculos e contrafortes, além de túmulos, fontes, cruzeiros.
•O estilo manuelino tem a sua fase de maior amadurecimento a partir da segunda década de reinado de D. Manuel. Os escultores e arquitectos de Portugal definiram, neste contexto, um estilo de uma originalidade vigorosa que ainda hoje causa espanto entre todo o património artístico português. Os motivos ornamentais que caracterizam esta tendência são de uma riqueza impressionante e, ao contrário do que se tornou vulgar dizer, não é caracterizada apenas pelos motivos marítimos, inspirados na Era das Descobertas, mas por um conjunto de símbolos de ordem diversa onde, eventualmente, se encontram elementos do género. A ideia de que os motivos ornamentais se ligavam ao mar deve-se a Edgar Quinet, em 1857, e tornou-se um lugar-comum.

Gotico em Portugal - Modulo 4

Arquitectura:

Características gerais:
Verticalismo dos edifícios substitui o horizontalismo do Românico;
•Paredes mais leves e finas;
Contrafortes em menor número;
•Janelas predominantes;
•Torres ornadas por rosáceas;
•Utilização do arco de volta quebrada;
•Consolidação dos arcos feita por abóbadas de arcos cruzados ou de ogivas;
•Nas torres os telhados são em forma de pirâmide.

Escultura

•A escultura gótica surge interiormente associada à arquitectura das catedrais. No exterior do edifício são sobretudo as fachadas, nomeadamente os portais, à medida que se vão tornando mais complexas, tabernáculos dos arcobotantes vão servir de suporte para a decoração das esculturas. A escultura gótica pode ser agrupada em quatro tipologias. Sendo a primeira as Estatuas-coluna, aplicada nas ombreiras do portal conferindo uma dimensão vertical ao pórtico, mas que progressivamente se dá autonomia em relação ao seu suporte arquitectónico. O segundo elemento é o relevo escultórico, sobretudo no tímpano do portal. O terceiro, considera-se a escultura de vulto redondo, em especial estatuária de devoção, resultante da evolução das estátuas-coluna. O quarto item da tipologia é a escultura funerária, ou seja, arcas tumulares e estátuas jacentes.

22 janeiro, 2010

Renascença carolíngia - Modulo 3

Renascença carolíngia

Carolíngio é o nome da dinastia franca. Renascimento Carolíngio, é o nome dado à ideia controversa, mas recorrente, de um renascimento da literatura e das artes que teria ocorrido principalmente no reinado de Carlos Magno. A escultura do românico insere-se dentro dos objectivos artísticos do movimento, principalmente a comunicação entre a igreja católica. Deste modo a escultura vai assumir uma íntima relação com a arquitectura, inserindo-se no seu espaço como um elemento complementar, e dedicando-se, principalmente, ao ensinamento de cenas bíblicas através de relevos em pedra compreensíveis ao crente leigo.
É no românico que se dão a conhecer as primeiras obras de escultura monumental; período em que deixam de existir peças de vulto redondo e se observa uma maior produção de pequena estatuária e trabalhos em metal, desenvolvidos durante o período pré-românico.

Escultura românico - Modulo 3

Escultura


A escultura renasceu no românico. Seu apogeu se dá no século XII, quando inicia um estilo realista, mas simbólico, que antecipa o estilo gótico. A escultura é sempre condicionada à arquitectura e todo trabalho é executado sem deixar espaços sem uso. As figuras entalhadas têm o tamanho do elemento onde foram esculpidas, e os trabalhos de superfície acomodam-se no lugar em que ocupam. Dessa característica parte também a ideia de esquematização.
Outra importante característica é seu carácter simbólico. Não havia a preocupação com a representação fiel dos seres e objectos. Volume, cor, efeito de luz e sombra, tudo era confuso e simbólico, representando muitas vezes coisas não terrenas, mas sim provenientes da imaginação. Mas não que isso seja uma constante em todo o período. Em algumas esculturas, nota-se a aparência clássica, influência da Antiguidade

Pintura
A pintura não se destacou tanto quanto a arquitectura nesse período. Os principais trabalhos são a pintura mural, as iluminuras e as tapeçarias. A pintura parietal era dependente da arquitectura, como pode-se deduzir, tendo aquela somente função didáctica. Um período em que a grande maioria da população era analfabeta a pintura era uma forma de transmitir os ensinamentos do Cristianismo.

Arquitectura românica - Modulo 3

A arquitectura românica é o estilo arquitectónico que surgiu na Europa no século X e evoluiu para o estilo gótico no fim do século XII. Caracteriza-se por construções austeras e robustas, com paredes grossas e minúsculas janelas, cuja principal função era resistir a ataques de exércitos inimigos.

As características mais significativas da arquitectura românica são:

* Abóbadas em substituição ao telhado das basílicas;
* Pilares maciços que sustentavam e das paredes espessas;
* Aberturas raras e estreitam usadas como janelas;
* Torres, que aparecem no cruzamento das naves ou na fachada; e
* Arcos que são formados por 180 graus.

13 janeiro, 2010

Os mosteiros na Idade Media - Modulo 3

Mosteiros
Além de centros de sabedoria, os grandes mosteiros fundados através da Europa durante a Idade Média, eram também uma fonte de alívio para os, pobres doentes e por vezes também para os proprietários mais abastados. O modo de vida chamado “monasticismo”, viver separado do mundo para dedicação total a Deus, surgiu na Ásia, muito antes da era cristã. Começaram-se a formar outras comunidades parecidas, de frades ou freiras, estando várias delas ligadas pelas “regras”, uma espécie de guia sobre a maneira como deveriam viver, compiladas por um chefe monástico. Além de cuidar dos doentes e alimentar os pobres, os monges oravam pelas almas dos mortos. Na Europa da Idade Média, os mosteiros serviam também como abrigo para os viajantes, sendo as primeiras “casas de hóspedes” modernas. A grande abadia beneditina de Cluny, em França, de grande dimensão, chegou a receber a corte de Luís IX de França e a corte papal de Inocente IV em simultâneo.
Os Mosteiros mais pequenos, ocupavam-se dos caminhantes.


Idade Média

A Idade Média foi o período intermédio numa divisão esquemática da História da Europa, esta estando dividida em quatro partes: a Idade Antiga, a Idade Média, a Idade Moderna e a Idade Contemporânea.
Período da Idade Média

O período da Idade Média foi tradicionalmente delimitado com ênfase em eventos políticos. Nesses termos, ter-se-ia iniciado com a desintegração do Império Romano do Ocidente, no século V (em 476 d. C.), e terminado com o fim do Império Romano do Oriente, com a Queda de Constantinopla, no século XV (em 1453 d.C.).
Esse período inicial da história medieval é conhecido como "Primeira Idade Média", pois é uma fase de transição e de adaptações da Europa. Períodos históricos "de transição" também podem ser denominados Idade Média, porém o período medieval é um evento estritamente europeu.

1. O perigo do deslumbramento com o mundo – a sede de aceitação e poder - Modulo 3

A Sede do poder – A Igreja é caracterizada pela sede do poder e por seu envolvimento com o mundo político. Na era medieval os exemplos de envolvimento intenso com o poder político multiplicaram-se.No ápice do poder da igreja medieval, o papa que deteve maior poder foi Inocêncio III (1198-1216). Ele controlava tanto a Igreja Católica como o Império. Humilhou o rei Felipe Augusto, da França, interditando todo o país, forçando-o a receber de volta sua esposa divorciada, que havia apelado ao Papa. A seguir, humilhou o Rei João, da Inglaterra, numa disputa sobre a indicação do arcebispo de Canterbury. Mais uma vez interditou um país e convidou o rei Felipe, da França, a invadir a Inglaterra se o Rei João se recusasse a aceitar os seus termos. Mais ou menos na mesma época, interferiu na Germânia (Actual Alemanha), definindo a sucessão imperial naquele país, utilizando as tropas francesas como forma de pressão.Em 1215 Inocêncio III convocou o Quarto Concílio Laterano, no qual algumas doutrinas estranhas à Palavra de Deus foram formalizadas, como por exemplo: a obrigação de uma confissão auricular anual; a doutrina da transubstanciação o; e a terminologia do sacrifício da missa.Esse é apenas um exemplo de como a liderança maior da igreja tomou interesse mais pelo poder e pelo envolvimento político, do que pela saúde espiritual dos fiéis. Pior ainda, quando esses líderes se voltavam para acções na esfera religiosa, era no sentido de promover a incorporação de práticas estranhas no seio da Igreja. A Igreja ia se desenvolvendo com uma língua estranha, distanciada do povo, e com práticas cada vez mais pagãs em sua liturgia.Em adição, devemos estar alertas para não trazermos práticas estranhas à Palavra de Deus ao seio de nossa liturgia.

Iluminura - Modulo 3

A Iluminura é um tipo de pintura decorativa, frequentemente aplicado às letras capitulares no início dos capítulos dos códices de pergaminho medievais. A sua elaboração era um ofício refinado e bastante importante no contexto da arte medieval.
No século XIII, "iluminura" referia-se sobretudo ao uso de douração e portanto, um manuscrito iluminado seria, aquele decorado com ouro ou prata.

Idade media - Modulo 3

Introdução

A Idade Média teve início na Europa com as invasões germânicas. A Idade Média caracteriza-se pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial, supremacia da Igreja Católica, sistema de produção feudal e sociedade hierarquizada.

Estrutura Política
Na Idade Média prevaleceu as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferecia ao senhor, fidelidade e trabalho, em troca dava-lhe protecção e um lugar para residir. Todo os poderes jurídico, económico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais.

Sociedade Medieval

A sociedade era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela protecção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidades (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).
Servos trabalhando no feudo


Economia Medieval

A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base económica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.

Religião na Idade Média

Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder económico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela protecção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.

Educação, cultura e arte medieval

A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Esta era marcada pela influência da Igreja, ensinando o latim, doutrinas religiosas e tácticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.Podemos dizer que, no geral, a cultura medieval foi fortemente influenciada pela religião. Na arquitectara destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.

As Cruzadas

No século XI, dentro do contexto histórico da expansão árabe, os muçulmanos conquistaram a cidade sagrada de Jerusalém. Diante dessa situação, o papa Urbano II convocou a Primeira Cruzada (1096), com o objectivo de expulsar os "infiéis" (árabes) da Terra Santa. Essas batalhas, entre católicos e muçulmanos, duraram cerca de dois séculos, deixando milhares de mortos e um grande rastro de destruição. Ao mesmo tempo em que eram guerras marcadas por diferenças religiosas, também possuíam um forte carácter económico. Muitos cavaleiros cruzados, ao retornarem para a Europa, saqueavam cidades árabes e vendiam produtos nas estradas, nas chamadas feiras e rotas de comércio. De certa forma, as Cruzadas contribuíram para o renascimento urbano e comercial a partir do século XIII. Após as Cruzadas, o Mar Mediterrâneo foi aberto para os contratos comerciais.


As Guerras Medievais

A guerra na Idade Média era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e o poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval.

Peste Negra

Em meados do século XIV, uma doença devastou a população europeia. Historiadores calculam que aproximadamente um terço dos habitantes morreram desta doença. A Peste Negra era transmitida através da picada de pulgas de ratos doentes. Estes ratos chegavam à Europa nos porões dos navios vindos do Oriente. Como as cidades medievais não tinham condições higiénicas adequadas, os ratos se espalharam facilmente. Após o contacto com a doença, a pessoa tinha poucos dias de vida. Febre, mal-estar e bulbos (bolhas) de sangue e pus espalhavam-se pelo corpo do doente, principalmente nas axilas e virilhas. Como os conhecimentos médicos eram pouco desenvolvidos, a morte era certa. Para complicar ainda mais a situação, muitos atribuíam a doença a factores comportamentais, ambientais ou religiosos.


Revoltas Camponesas: as Jacqueries

Após a Peste Negra, a população europeia diminuiu muito. Muitos senhores feudais resolveram aumentar os impostos, taxas e obrigações de trabalho dos servos sobreviventes. Muitos tiveram que trabalhar dobrado para compensar o trabalho daqueles que tinham morrido na epidemia. Em muitas regiões da Inglaterra e da França estouraram revoltas camponesas contra o aumento da exploração dos senhores feudais. Combatidas com violência por partes dos nobres, muitas foram sufocadas e outras conseguiram conquistar seus objectivos, diminuindo a exploração e trazendo conquistas para os camponeses.

Umberto Eco - Modulo 3




Nascimento:
5 De Janeiro de 1932Alexandria
Itália

Nacionalidade:
Italiana

Ocupação:
Filósofo, Escritor, Linguista






Umberto Eco é titular da cadeira de Semiótica e director da Escola Superior de Ciências Humanas na Universidade de Bolonha. Eco é, ainda, notório escritor de romances, entre os quais O nome da rosa e O pêndulo de Foucault.



Biografia


Umberto Eco começou a sua carreira como filósofo sob a orientação de Luigi Pareyson, na Itália. Seus primeiros trabalhos dedicaram-se ao estudo da estética medieval, sobretudo aos textos de Santo Tomás de Aquino. A ideia principal defendida por Eco, nesses trabalhos, diz respeito à ideia de que esse grande filósofo e teólogo medieval, que, como os demais de seu tempo, é acusado de não empreender uma reflexão estética, tratando, de um modo particular, da problemática do belo.
A partir da década de 1960, Eco se lança ao estudo das relações existentes entre a poética contemporânea e a pluralidade de significados. Seu principal estudo, foi a Obra Aberta (1962), que se fundamenta um conceito de obra aberta, segundo o qual uma obra de arte amplia o universo semântico provável.
Ainda na década de 1960, Eco notabilizou-se pelos seus estudos acerca da cultura de massa.
A partir da década de 1970, Eco passa a tratar quase que exclusivamente da semiótica. Eco descobriu o termo "Semiótica" nos parágrafos finais do Ensaio sobre o Entendimento Humano (1690), de John Locke. Ao longo da década, e atravessando a década de 1980, Eco escreve importantes textos nos quais procura definir os limites da pesquisa semiótica, bem como fornecer uma nova compreensão da disciplina, segundo pressupostos buscados em filósofos como Kant e Peirce.
Nesses textos, As formas do conteúdo (1971), Tratado geral de semiótica (1975), Eco sustenta que o código que nos serve de base para criar e interpretar as mais diversas mensagens de qualquer código (a literatura, o código do trânsito, as artes plásticas etc.). Dessa forma, o Modelo Q (de Quillian) dispõe das unidades mínimas de sentido, segundo uma lógica organizativa que, de certo modo, depende de uma pragmática. A sua noção de signo como enciclopédia é oriunda dessa concepção.
Como consequência de seu interesse pela semiótica e em decorrência do seu anterior interesse pela estética. Eco, a partir de então, orienta seus trabalhos para o tema da cooperação interpretativa dos textos por parte dos leitores. Lector in fabula (1979) e Os limites da interpretação (1990) são marcos dessa produção, que tem como principal característica sustentar a ideia de que os textos são máquinas preguiçosas que necessitam a todo o momento da cooperação dos leitores.
Dessa forma, Eco procura compreender quais são os aspectos mais relevantes que actuam durante a actividade interpretativa dos leitores, observando os mecanismos que engendram a cooperação interpretativa, ou seja, o "preenchimento" de sentido que o leitor faz do texto, procurando, ao mesmo tempo, definir os limites interpretativos a serem respeitados e os horizontes de expectativas gerados pelo próprio texto, em confronto com o contexto em que se insere o leitor.
Além dessa carreira universitária, Eco ainda escreveu cinco romances, aclamados pela crítica e que o colocaram numa posição de destaque no cenário académico e literário, uma vez que é um dos poucos autores que conciliam o trabalho teórico-prático com produções artísticas, exercendo influência considerável nos dois âmbitos.

02 janeiro, 2010

Imperio carolingio - Modulo 3

Em 768, a dinastia carolíngia foi entregue a Carlos Magno, marca responsável pela dominação dos francos na Europa medieval. O novo rei dominou territórios de península itálica e lutou contra os muçulmanos. Depois, conquistou a cidade de Barcelona, as ilhas Baleares e colocou a dominação sobre os povos saxões da Germânia.

Carlos Magno teve grande preocupação em organizar e administrar as regiões conquistadas, Dividiu todos os domínios imperiais em duzentos condados que seriam geridas por um nobre e um bispo. O controlo do poder era fiscalizado por um funcionário público chamado “missi dominici”.

Formação do império Carolíngio marcou o processo de expansão do cristianismo dentro da Europa. No dia 25 de Dezembro de 8000, Carlos Magno foi coroado o novo imperador do império romano pelo Papa Leão III.

Carlos Magno criou um conjunto de leis escritas conhecidas por capitulares. O advento criou o primeiro conjunto de leis escritas desse período histórico, querendo que as tradições dos povos conquistados fossem preservadas.

No aspecto económico, o império contou com um comércio bastante movimentado e os mercados dos centros urbanos europeus. No intenso comercio do interior dos seus domínios, o império carolíngio tinha na agricultura um grande suporte das actividades económicas
No reinado de Carlos Magno foi conhecido por um grande desenvolvimento das artes e do conhecimento. Ao longo do chamado “renascimento carolíngio”, varias escolas e igrejas foram construídas por escritores greco-romanos. Uma parte dessa movimentação do conhecimento, se aproximou de vários intectuais da época.


Depois da morte do rei, em 814, o império carolíngio foi governado por Luís “ o piedoso” ate o ano de 840. Com a sua morte, os três herdeiros disputaram o domínio do império. Muito mais tarde (3anos), o tratado de Verdum fiscalizou a partilha do império carolíngio em três reinos.
Dessa maneira, os nobres proprietários das terras, passaram a ter uma maior autonomia política. Já na região ocidental, o reduzido império carolíngio foi administrado pela enfraquecida dinastia capetingia.


http://www.mundoeducacao.com.br/historiageral/imperio-carolingio.htm