10 junho, 2010

Arte Barroca

Arquitectura

O Barroco, não sendo um estilo, foi um espelho das convulsões do seu tempo. Manteve as estruturas existentes, usando uma nova gramática decorativa, com o principal objectivo de seduzir através dos sentimentos.
As formas de arte destinavam-se a uma dupla função: fascinar pelos sentidos e veio transmitir uma mensagem ideológica.

A arte barroca tinha também o objectivo de se dirigir ao maior número de pessoas, essencialmente ao grande público, tentando persuadir estimulando as emoções através do movimento curvilíneo, real ou aparente, pela assimetria, por jogos de luz e sombra, por um aspecto teatral, do fantástico; ou seja pelo aspecto cenográfico.
O Barroco também teve em atenção outra perspectiva: a crença cega no misticismo, na afectividade, na emoção e na minimização da racionalidade, aprisionando os crentes através dos sentidos.

Os artistas usaram as ordens clássico-renascentistas — jónica, coríntia, compósita e colossal — às quais foi acrescentada a coluna torça, mais decorativa, de acordo com a linguagem barroca.
Desta maneira, a arquitectura barroca pode ser definida pela libertação espacial, pelo fim da estabilidade e simetria, pela busca da fantasia e do movimento pela antítese entre os espaços interiores e exteriores. Foram conseguidas pela aliança com a pintura, a escultura, a jardinagem e os jogos de água. Efeitos perspectivas e ilusórios ao nível das plantas, dos tectos, das cúpulas, através da decoração, a combinação e abundância de linhas opostas umas às outras reforçaram o efeito cénico da arquitectura.

As plantas das igrejas barrocas, como consequência desta nova liberdade, tinham uma grande diversidade de formas, como formas geométricas curvas, elípticas e ovais, irregulares, como trapezoidais, estreladas, ou integradas ou combinadas umas com as outras. Contudo, preferiram-se igrejas de nave única, apresentadas segundo duas tipologias: as rectangulares, e as eliptico-transversais e eliptico-longitudinais.

As paredes, de modo a adequarem-se aos desenhos sinuosos das plantas, alternavam entre côncavas e convexas, formando paredes ondulantes. Interiormente, estavam cobertas por estuques, retábulos em talha dourada, criando a ilusão de um espaço maior, através da ligação do tecto e da parede.

As fachadas, inicialmente, seguiram o esquema renascentista e maneirista, rematadas por um grande frontão, que acentuava a verticalidade. Mais tarde, optou-se por fachadas mais caprichosas, que atraiam ainda mais as populações. Foram divididas em andares, com formas onduladas — côncavas e convexas — irregulares, contribuindo para jogos de luz e sombra.


A arte do jardim, redescoberta no Renascimento, foi desenvolvida e enriquecida com bosques, grutas artificiais, pavilhões e labirintos, servindo como espaços de ostentação do luxo.
O jardim tinha uma fisionomia muito geometrizaste, sendo organizado segundo um eixo que está no prolongamento do eixo central do palácio, sendo posteriormente subdividido simetricamente. Este tipo de jardim, por ser típico em França, passou a ser designado jardim à francesa.


Escultura

A escultura teve grande proliferação principalmente devido à adaptabilidade, desde espaços interiores a exteriores e pelas suas capacidades plásticas. Foi a forma de arte que, por excelência, permitiu concretizar os grandes objectivos do Barroco: comunicação instintiva e intuitiva das mensagens pelas emoções e pelos sentimentos.

Estes objectivos estavam bem claros na intenção dos grandes encomendados da época: a igreja, com o objectivo de transmitir a fé e os dogmas; os monarcas, interessados na manifestação pública do seu poder e força e na divulgação da ordem ideológica que os fundamenta; e as famílias ricas, principalmente burguesas, que queriam manifestar a sua independência e gosto pelo quotidiano.

A expressão técnico-formal da escultura barroca define-se:



• Pelo rigor da execução técnica;
• Pelo realismo formal e pelo naturalismo;
• Pela perfeição das formas;
• Pela exploração das capacidades expressivas;
• Pela preferência da representação de posições em movimento;
• Pela utilização de panejamentos volumosos, agitados, descompostos;
• Pelas composições livres e soltas organizadas segundo esquemas complexos;

Assim, o espaço para a obra era também definido pelo escultor, que por vezes o reconstruía e organizava para valorizar a leitura da peça, como se de um cenário se tratasse. Contudo, ao contrário da escultura renascentista, a escultura barroca era para ser vista, no máximo, de dois pontos de vista.

A escultura barroca dividiu-se em dois tipos: a escultura monumental, que servia de complemento à arquitectura, enquadrando-se nos cenários criados por essa e a escultura independente, com carácter alegórico, honorífico ou comemorativo.


Pintura

A composição da pintura móvel constituía-se com:
• Representação do momento;
• Abertura formal, onde o espaço compositivo se define em movimentos e impulsos centrífugos;
• Sobreposição de formas para valorização da profundidade;
• Linha do horizonte delineada abaixo do normal;
• União plástica da luz/sombra e cor;
• Luz rasante;
• Cor pura e cálida.

07 junho, 2010

Estilo Rococó



Rococó é o estilo artístico que surgiu na França como desdobramento do barroco, mais leve e intimista que aquele e usado inicialmente em decoração de interiores.
Desenvolveu-se na Europa do século XVIII, e da arquitectura disseminou-se para todas as artes. Vigoroso até o advento da reacção neoclássica, por volta de 1770, difundiu-se principalmente na parte católica da Alemanha, na Prússia e em Portugal.

Os temas utilizados eram cenas eróticas ou galantes da vida cortesã e da mitologia, pastorais, alusões ao teatro italiano da época, motivos religiosos e farta estilização naturalista do mundo vegetal em ornatos e molduras.

O termo deriva do francês rocaille, que significa "embrechado", técnica de incrustação de conchas e fragmentos de vidro utilizadas originariamente na decoração de grutas artificiais.

Na França, o rococó é também chamado estilo Luís XV e Luís XVI.


Características do Rococó:

Uso abundante de formas curvas e pela profusão de elementos decorativos, tais como conchas, laços e flores.
Possui leveza, carácter intimista, elegância, alegria, bizarra, frivolidade e exuberante.



Arquitectura Rococó

Durante o Iluminismo, entre 1700 e 1780, o rococó foi a principal corrente da arte e da arquitectura pós-barroca. Nos primeiros anos do século XVIII, o centro artístico da Europa transferiu-se de Roma para Paris. Surgido na França com a obra do decorador Pierre Lepautre, o rococó era a princípio apenas um novo estilo decorativo.




Principais características:

Cores vivas foram substituídas por tons pastéis, a luz difusa inundou os interiores por meio de numerosas janelas e o relevo abrupto das superfícies deu lugar a texturas suaves.
A estrutura das construções ganhou leveza e o espaço interno foi unificado, com maior graça e intimidade.





Escultura Rococó

Na escultura e na pintura da Europa oriental e central, ao contrário do que ocorreu na arquitectura, não é possível traçar uma clara linha divisória entre o barroco e o rococó, quer cronológica, quer estilisticamente.

Mais do que nas peças esculpidas, é em sua disposição dentro da arquitectura que se manifesta o espírito rococó. Os grandes grupos coordenados dão lugar a figuras isoladas, cada uma com existência própria e individual, que dessa maneira contribuem para o equilíbrio geral da decoração interior das igrejas.


Substituiu-se os volumes que indicam o vigor e a energia barroca por linhas suaves e graciosas. A escultura, geralmente procura retratar as pessoas mais importantes da época. são famosas, por exemplo, as esculturas que Jean Antonie Houdon fez retratando Voltaire, Diderot, Rousseau e outros tantos personagens da história francesa e universal.



Pintura Rococó


Durante muito tempo, o rococó francês ficou restrito às artes decorativas e teve pequeno impacto na escultura e pintura francesas. No final do reinado de Luís XIV, em que se afirmou o predomínio político e cultural da França sobre o resto da Europa, apareceram as primeiras pinturas rococó sob influência da técnica de Rubens.

Do ponto de vista técnico também ocorrem transformações na pintura. Desaparecem os contrastes radicais de claro-escuro e passam a predominar as tonalidades claras e luminosas. a técnica do pastel passa a ser bastante utilizada. Dentre os pintores desse períodos melhores são Watteau e Chardin.