19 abril, 2010

A cultura do palacio - Modulo 5

O início do renascimento em Itália

Itália no Quattrocento.
No séc. XV, a Itália encontrava-se dividida em vários ducados, repúblicas e reinados rivais. Esta rivalidade trouxe uma grande oportunidade à arte, estimulando o seu desenvolvimento. A Itália foi o palco da emergência de um novo tipo de artistas e intelectuais, disputados pelos burgueses mais ricos.
Esta caracterizou-se pelo seguimento da linha naturalista já introduzida no Trecento, de reminiscência greco-romana. O intenso estudo perspéctico foi o que mais marcou as obras, apesar de ter havido outras renovações estéticas. O renascimento foi a transição mais revolucionária desde o início da idade média. Os primeiros passos na direcção da renovação apareceram logo no séc. XIV com Dante e Petrarca, em suas obras.
Um novo homem e um novo mundo
Toda a reformação que se inicio na Itália desliga de uma renovação nas ideias. Apesar de, para o homem renascentista, deus continua a ser o criador do homem. Este novo sentido deu liberdade ao renascentista, que vai considerar e valorizar a obra humana. Para unir esta visão objectiva do mundo, o homem serviu-se de instrumentos de rigor, como a pintura a óleo e a perspectiva linear.
Artistas do Renascimento e Maneirismo

Bramante, arquitecto genial, procurou a perfeição nas suas obras, que são um reflexo do seu espírito inquieto e inovador. As suas principais obras foram o Tempietto de San Pietro in Montorio e a Basílica de S.Pedro do Vaticano,

Leonardo da Vinci, caso paradigmático do homem renascentista e humanista, revelou capacidades invulgares em várias áreas como a pintura, a escultura, arquitectura, matemática, física..., o que o impulsionou para o desenvolvimento de todas estas áreas. Duas de suas obras, a
Mona Lisa e A Última Ceia

Rafael, exímio pintor, seguiu a linha de da Vinci, perfeccionando a técnica do sfumatto. A sua noção do passado greco-romano reflecte a sua intelectualidade com obras como A Ninfa Galatea.

Miguel Ângelo, homem polivalente como principais obras, David e o tecto da Capela Sistina.

A difusão do renascimento na Europa

O renascimento começou a difundir-se pela Europa por volta do séc. XVI, quando em Itália já se desenvolvia o Maneirismo e o Barroco.
O renascimento inicia a sua expansão europeia com Albrecht Dürer. Aprendeu o método científico da perspectiva, cálculo das proporções do corpo e desenho anatómico e assimilou o pensamento artístico clássico. Desenvolveu uma considerável obra teórica e prática.
Outro artista que divulgou o renascimento pela Europa foi Hans Holbein, artista que dividiu a sua actividade entre a Basileia. Nos Países Baixos, Hieronymus Bosch foi quem divulgou a linha renascentista.


O Palácio: Habitações de elites

O renascimento apareceu na Itália devido: numerosos vestígios da cultura greco-romano, rivalidade das cidades italianas, uma burguesia rica que praticava o mecenato, vinda dos sábios de Constantinopla
o palácio, habitação das elites: No mundo urbano é a habitação dos pobres, eclesiásticos e burgueses. Planta quadrangular com 3 a 4 pisos, ocupa um quarteirão. É feito de pedra por vezes aparelhada em grossas almofadas, apresenta um aspecto compacto, fechado e maciço. No interior possuem lógias - são símbolo da forma de vida dos seus proprietários. Alguns, como Lourenço de Médicis, organizavam tertúlias.

As artes do palácio: o mecenas

MecenatoO cumprimento dos objectivos e programação do Palácio, com recurso à captação de novas fontes de financiamento e ao desenvolvimento de parcerias institucionais e de relações com diversos agentes sociais, constitui uma preocupação fundamental deste Palácio. O Palácio está por isso naturalmente aberto ao estabelecimento de parcerias com a sociedade civil e o tecido empresarial, tendo em vista a recuperação do Edifício, dos Jardins e das Colecções e, também, no sentido da oferta de uma programação mais diversificada e divulgação cada vez mais abrangente das suas actividades.

O heliocentrismo é do Nicolau copérnico

Em astronomia, heliocentrismo é a teoria que o Sol está imóvel no centro do universo. Historicamente, o heliocentrismo era oposto ao geocentrismo, que colocava a Terra no centro. Apesar das discussões da possibilidade do heliocentrismo datarem da antiguidade clássica, somente 1.800 anos mais tarde, no século XVI, que o matemático e astrónomo bolonhês
Nicolaus Copernicus apresentou um modelo matemático preditivo completo de um sistema heliocêntrico, que mais tarde foi elaborado e expandido por Johannes Kepler.

As principais partes da teoria de Copérnico são:

- Os movimentos dos astros são uniformes, eternos, circulares ou uma composição de vários círculos (epiciclos).
- O centro do universo é perto do Sol.
- Perto do Sol, em ordem, estão Mercúrio, Vénus, Terra, Lua, Marte, Júpiter, Saturno, e as estrelas fixas.
-A Terra tem três movimentos: rotação diária, volta anual, e inclinação anual de seu eixo.
- O movimento retrógrado dos planetas é explicado pelo movimento da Terra.
- A distância da Terra ao Sol é pequena se comparada à distância às estrelas.

A pintura renascentista

Os pintores flamengos descobriram uma forma de representar o espaço e situar as figuras usando um método científico e rigoroso. O primeiro artista a introduzir este método na pintura foi Masaccio. Revolucionando esta forma de expressão, este artista baseou-se no trabalho de Giotto.

Elementos Técnicos:
- Perspectiva rigorosa e científica
- Pintura a óleo
- Utilização de novos pigmentos aglutinantes
- Novos suportes como a
tela e o cavalete

Elementos formais:
- Inclusão nas obras de
cenários arquitectónicos;
- Grande naturalidade e realismo
anatómicos.

Elementos estéticos:

- Equilíbrio e a harmonia representados com esquemas geométricos, como o esquema em pirâmide, de forma a transmitirem uma maior harmonia;
- Realismo representação da realidade tal como a observam, valorização da personalidade retratada.
- Perspectiva como a projecção em uma superfície bidimensional de um determinado fenómeno tridimensional. Para ser representada na forma de um desenho devem ser aplicados mecanismos gráficos estudados pela Geometria descritiva, os quais permitem uma reprodução precisa ou analítica da realidade tridimensional. Os povos gregos já possuíam alguma noção do fenómeno perspectiva, denominando-o como "escorço". Foi durante o período do Renascimento que a perspectiva foi profundamente estudada e desvendada, abrindo o caminho para o seu estudo matemático através da Geometria Descritiva, que a organizou.


O que é Perspectiva

É a forma encontrada pelo homem para representar figuras tridimensionais em uma superfície plana. Ao olhamos para um objecto, estamos determinando um ponto de vista. Portanto, ponto de vista (PV) é o ponto onde se supõe estar o olho do observador. Outro elemento importante na perspectiva é o ponto de fuga (PF). Quando uma figura é representada de forma que todas as suas linhas paralelas, excepto as horizontais. A perspectiva pode ser: Central, Lateral e angular.
Arquitectura Renascentista
Foi produzida durante o período do Renascimento europeu. Caracteriza-se por ser um momento de ruptura na História da Arquitectura em diversas esferas: nos meios de produção da arquitectura; na linguagem arquitectónica adoptada e na sua teorização. Caracteriza-se por uma nova atitude dos arquitectos em relação à sua arte, passando a assumirem-se cada vez mais como profissionais independentes, portadores de um estilo pessoal.

A escultura renascentista

Na escultura, foi Donatello que introduziu a linha renascentista, voltando a libertar a figura da rigidez estática imposta pela época medieval.

Principais características:
- Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade
- Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade
- Profundidade e perspectiva
- Estudo do corpo e do carácter humano

Maneirismo

O período do maneirismo iniciou-se por volta de 1520. Foi caracterizado por algumas mudanças no campo do visível na arte, mas com grandes alterações no pensamento.
A Europa encontrava-se desagregada e a igreja dividida: na Europa verificava-se uma grande instabilidade política e guerras e a igreja tinha sofrido uma quebra ideológica que se reflectiu no movimento da Reforma.
Esta nova realidade artística ofereceu o aprofundamento das possibilidades técnicas e plásticas.
A figura que inaugurou o maneirismo foi Miguel Ângelo, já no fim da sua carreira.
O maneirismo também foi marcado por um grande desenvolvimento na tratadística. Ainda ancorada em Vitrúvio, desenvolveu os aspectos formais e ajudou a difundir esses modelos pela Europa. Mais tarde, o maneirismo de uma forma pejorativa, designando-a de “arte afectada”, cheia de artificialidades, afastada do equilíbrio e racionalismo humanistas. O maneirismo acabou por ser uma busca por maior expressividade formal e plástica, com a introdução do estilo mais pessoal, individual, criando novas hipóteses artísticas.


Renascimento em Portugal

O Renascimento em Portugal estendeu-se até meados do século XV a finais do século XVI. O Renascimento em Portugal nasce principalmente em termos artísticos da mistura do estilo gótico final com as inovações do século XV.
O Mestre de Avis marca o inicio da uma nova época em Portugal. Novas Perspectivada evolução social, económica, politica e cultural estavam em curso e marcaram o inicio de um novo período Histórico, cultural e artístico que caracteriza o Renascimento em Portugal.
A Descoberta de novos mundos e o contacto com novas civilizações levaram a uma miscigenação cultural que se reflectiria na arte. O contacto com as civilizações de África e do Oriente levou á importação de objectos: cerâmica; têxteis; mobiliária; marfim ou seda. Levou ao surgimento de novas formas artísticas resultantes dos intercâmbios Culturais entre a Europa, a África e o Oriente, através dos portugueses.

Os descobrimentos representaram um papel do Portugal renascentista. A base da economia portuguesa agrícola (extracção de sal, pesca); nas actividades que favoreciam as exportações era: Vinho; azeite; fruta; mel; sal; cortiça; ouro; malagueta; marfim e mais tarde as especiarias orientais; pérolas; sedas.
A intensificação do comércio levou ao aparecimento de uma nova classe – a Burguesia comercial – possuidora de uma avultada soma de capitais e a qual viria a desempenhar um importante papel no Ultramar e na Europa, concorrendo ao lado dos mercadores estrangeiros.
O renascimento português caracteriza-se por um cosmopolitismo com duas vertentes. Cada vez mais portugueses frequentavam os grandes centros universitários Europeus. Graças aos estudos dos portugueses nas universidades estrangeiras, a fisionomia das escolas, e, consequentemente, a cultura da nação portuguesa, foi-se alterando, influenciando fortemente as universidades de Coimbra, Lisboa e Évora

A própria Arte (Escultura, pintura, arquitectura, iluminura, ourivesaria, porcelanas, mobiliária, tapeçarias) reflectindo estes contactos através do mar, da náutica, dos povos, da fauna e da flora exóticas. A arquitectura desta época assume um cunho muito nacional: o manuelino. Os antecedentes da arquitectura dita manuelina remontam ao movimento da renovação que ocorre no país desde o inicio da expansão primeiro no Norte de África e depois para o Atlântico Central e Sul.
O aparecimento de u ma nova literatura e o aperfeiçoamento da ciência náutica, para alem da própria experiencia de vida dos portuguesa, no que respeita á epopeia dos descobrimentos, constitui um dos pilares sócio - culturais do renascimento português. Portugal acaba por influenciar através das suas publicações, toda a Europa recebe a influencia do humanismo patente nestes centros, dando origem a uma atitude critica com base na experiencia.
Toda a sociedade é atraída pela expansão ultramarina que contribuem para a constante aprendizagem e evolução do pensamento nacional, importando livros e objectos de arte que influencia uma nova mentalidade: a do Homem renascentista ou Humanista.

O Maneirismo
português começou em meados do séc. XVI até ao início do séc. XVIII.
O Maneirismo foi um estilo e um movimento artístico europeu de retoma de certas expressões da cultura. O Maneirismo português percorreu três etapas fundamentais de evolução que são:
Inicial - onde são absorvidos os modelos de influência italiana;
Desenvolvimento do modo de trabalhar à maniera italiana;
Necessidade de um discurso coerente,
Organizado e activo defensor dos valores da Contra-Reforma. A clientela maneirista era constituída pelo monarca, pela nobreza clerical ou leiga, pelos municípios e pelas misericórdias.