15 fevereiro, 2010

Estilo Manuelino - Modulo 4


•O Estilo manuelino, por vezes também chamado de gótico português tardio ou flamejante, é um estilo arquitectónico, e de arte móvel que se desenvolveu no reinado de D. Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado de D. João II. É uma variação portuguesa do Gótico final, marcada por uma sistematização de motivos iconográficos próprios, de grande porte, simbolizando o poder régio. Incorporou, mais tarde, ornamentações do Renascimento italiano. O termo "Manuelino" foi criado por Francisco Adolfo Varnhagen. O Estilo desenvolveu-se numa época propícia da economia portuguesa e deixou marcas em todo o território nacional.


Arquitectura:


Ausência de transepto e cabeceiras rectangulares são as principais características diferenciais. Apesar de ser essencialmente ornamental, o Manuelino caracteriza-se também pela aplicação de determinadas fórmulas técnicas da altura.
Na componente civil destacam-se os palácios, como o Paço de D. Manuel, em Évora, e solares rurais, como o Solar de Sempre Noiva, em Arraiolos, todos de planta rectangular. E na tipologia militar é referência maior o baluarte do Restelo, a Torre de Belém. Um dos primeiros baluartes de artilharia do país, a quebrar a tradição das torres de menagem, a sua planta rectangular sobrepõe-se a uma base poliédrica, que penetram Tejo adentro. A rectangularidade da planta opõe-se à curvilínea da decoração esculpida.


Escultura:

•A escultura que o manuelino revela o seu maior amadurecimento e hegemonia, sendo que é através da simbologia decoração esculpida que é reconhecido como estilo próprio nacional, e não uma aliteração de outros estilos europeus.
•O estilo Manuelino não mascara a estrutura dos edifícios ao mantê-los livres de ornamentação desnecessária: as paredes exteriores ou interiores são geralmente nuas, concentrando-se a decoração em determinados elementos estruturais, como janelas, portais, arcos de triunfo, tectos, abóbadas, pilares e colunas, arcos, nervuras, frisos, cornijas, óculos e contrafortes, além de túmulos, fontes, cruzeiros.
•O estilo manuelino tem a sua fase de maior amadurecimento a partir da segunda década de reinado de D. Manuel. Os escultores e arquitectos de Portugal definiram, neste contexto, um estilo de uma originalidade vigorosa que ainda hoje causa espanto entre todo o património artístico português. Os motivos ornamentais que caracterizam esta tendência são de uma riqueza impressionante e, ao contrário do que se tornou vulgar dizer, não é caracterizada apenas pelos motivos marítimos, inspirados na Era das Descobertas, mas por um conjunto de símbolos de ordem diversa onde, eventualmente, se encontram elementos do género. A ideia de que os motivos ornamentais se ligavam ao mar deve-se a Edgar Quinet, em 1857, e tornou-se um lugar-comum.

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